Enfermeiros e Agentes Comunitário de Saúde e Endemias deliberaram em assembleia, realizada ontem, dia 24, suspender a greve que já dura 58 dias, para voltar as atividades na próxima segunda-feira, dia 28, sob a condição da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) anular o corte de ponto e pagar o salário integral a todos os trabalhadores em 48 horas após o retorno ao trabalho. Uma outra assembleia irá acontecer no dia 4 de setembro, para constatar se todos os trabalhadores receberam seus vencimentos, caso contrário, as categorias irão cruzar os braços novamente.
Durante a assembleia a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Shirley Morales, relatou que recebeu uma ligação da secretária municipal de saúde, Waneska Barboza, informando que os profissionais terão que cumprir metas para receber o salário de forma integral. Shirley foi categoria ao informar para a secretária que o problema da saúde municipal é a falta de condições de trabalho. “Faltam medicações, aparelhagem e infraestrutura. Um dos exemplos relatados pelos enfermeiros é a falta de materiais e a infraestrutura para realizar um simples procedimento de exame de lâminas. Leva-se quase 60 dias para as mulheres terem acesso ao resultado e aí elas preferem procurar atendimento privado. Isso não é culpa do trabalhador”, disse Shirley.
Relembre o caso:
No início de abril, data base do reajuste salarial, foi enviado à Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) um ofício subscrito por 11 categorias da saúde solicitando reunião a fim de tratar sobre a recomposição salarial. O percentual pleiteado pelas categorias foi de 20,5%, após um estudo elaborado pela mesa da bancada sindical. No dia 05 de junho, foi deliberado em assembleia pelos enfermeiros e agentes comunitários de saúde e endemias, uma paralisação por 24 horas no dia 12 de junho. Os trabalhadores esperaram um posicionamento da gestão até o dia 27 de junho, como nada foi apresentado oficialmente aos sindicatos, e sim, noticiado na imprensa que o prefeito Edvaldo Nogueira não iria dar nenhum reajuste salarial aos servidores municipais, eles iniciaram o movimento grevista no dia seguinte.
Dessa forma, as categorias realizaram alguns atos e cobravam da gestão uma abertura de diálogo e a apresentação do estudo de impacto financeiro da PMA para justificar a não negociação do reajuste salarial. Após 26 dias do anúncio de Edvaldo, os secretários de fazenda, Jefferson Passos, da saúde, Waneska Barboza e de planejamento, Augusto Fábio, receberam os dirigentes sindicais do Seese, Sacema e Sintasa e apresentaram os dados, explicando o porquê de não haver reajuste salarial para todos os servidores municipais, mas que haverá uma nova exposição do cenário econômico-financeiro na primeira quinzena de novembro. No mês que vem, setembro, será marcada novas reuniões para falar sobre condições de trabalho e outros problemas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).