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Em videoconferência, enfermeiros do SAMU realizam denúncias ao Seese

Foi realizada na noite desta quinta-feira (21/05) uma reunião virtual com os enfermeiros do SAMU e a diretoria do Seese. Na oportunidade, os trabalhadores realizam denúncias em relação às precárias condições de trabalho.

Devido à ausência de uma CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) para formular os protocolos de fluxo de serviço e dispensação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), os profissionais do Samu, muitas vezes, recebem equipamentos sem especificação ou com a especificação inadequada. Em diversos momentos, a gestão solicita que os funcionários usem os equipamentos por mais tempo do que o devido, como no caso das máscaras cirúrgicas. Os profissionais do Samu trabalham em jornada de trabalho de 24 horas e só recebem 10 máscaras para a equipe de 4 pessoas para todo o período de trabalho, tal fato contraria as normas técnicas da ANVISA e Ministério da Saúde (MS).

Dessa forma, a diretoria do Seese recomenda que os enfermeiros acessem e tenham em mãos o TERMO DE RECUSA e comuniquem formalmente aos seus superiores a impossibilidade de realizar o procedimento/assistência, pois coloca em risco a segurança do paciente e do próprio profissional. O respaldo do Termo elaborado pelo Seese se encontra no artigo 22 da Resolução Cofen nº 564/2017 e da Norma Regulamentadora de n° 06.

A dificuldade de acesso a testagem também foi pronunciada pelos trabalhadores. Alguns profissionais que foram afastados por suspeita da doença covid-19 tiveram que retornar as suas atividades sem a realização de um teste que garantisse que não são mais portadores do vírus. Segundo Shirley Morales, “muitos deles retornaram na incerteza se estavam transmitindo ou não o vírus para os colegas e pacientes. Inclusive a recomendação da gestão estadual era de que esses profissionais com suspeita da covid-19 deveriam procurar sua UBS para realizar a testagem. Essa situação dificulta o acesso dos trabalhadores à testagem. Os testes deveriam ser descentralizados e realizados nas regionais onde deveria haver um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho- SESMT”.

Como não há rádios disponíveis para as equipes, os profissionais utilizam o próprio celular para se comunicar com a Central de Regulação e Urgência (CRU). Devido a falta do protocolo de fluxo de serviço, uma equipe chegou a passar 12 horas com um paciente na viatura aguardando a Central de Regulação informar para qual Unidade Hospitalar a vítima seria encaminhada. De acordo com Shirley Morales, ações como essa acontecem constantemente. Inclusive, a própria gestão já foi notificada e nada foi resolvido.

Problemas com a higienização de materiais utilizados nas ocorrências e das próprias viaturas, que acontece somente em Aracaju, também foram mencionados pelos enfermeiros. Desta forma, os trabalhadores sugeriram que haja uma descentralização dos diques (espaço onde é realizada a desinfecção das viaturas) para que, em cada Regional, eles possam fazer a higienização. Eles também solicitaram uma descentralização da distribuição dos EPI’s de isolamento.

De acordo com a presidenta do Seese, Shirley Morales, problemas como esses tem levado os trabalhadores do SAMU ao desgaste e adoecimento. Todas as denúncias serão encaminhadas para os Ministérios Públicos para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

FONTE: Ascom Seese

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