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Fiscalização do Seese apura problemas no funcionamento do Hospital de Campanha de Aracaju

Após o recebimento de denúncias sobre a infraestrutura do Hospital de Campanha construído pela Prefeitura de Aracaju, o Sesse realizou uma fiscalização no local durante a manhã desta sexta-feira, dia 3. A inspeção teria a participação do vereador de Aracaju, Américo de Deus. Porém, após aguardar autorização por 1h30, o parlamentar foi impedido de exercer uma de suas funções que é fiscalizar as ações do poder executivo.

O funcionamento do hospital foi iniciado, em maio deste ano, com capacidade de 152 leitos para pacientes com Covid-19. Durante a inspeção, foi constatado que menos da metade do total de leitos, apenas 60 leitos, estão ativos e 41 deles estavam ocupados no momento, enquanto isso, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência e UPA Fernando Franco relatam, constantemente, dificuldade para realizar a transferência de pacientes para o Hospital de Campanha.

Na ocasião, a gestão não apresentou o fluxo real das demandas para o Hospital. Inclusive, os funcionários que acompanharam a fiscalização repassaram para as dirigentes sindicais que há pacientes suspeitos de coronavírus no Hospital, e que os testes utilizados nesses pacientes seriam da marca chinesa ‘Wondfo’. Estudos da Fiocruz e da UFS detectaram a baixa sensibilidade desse teste. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA lançou uma recomendação informando que os testes rápidos da Covid-19 não podem servir de padrão para diagnóstico, pois possui um nível de confiabilidade muito baixo.

As diretoras do Seese, Shirley Morales, Gabriela Pereira e Paula Aparecida Souza também constataram que não há CMA (Central de Esterilização dos Materiais) para esterilizar os materiais utilizados no hospital. Além disso, foi observado que os profissionais que atuam no laboratório não utilizam os EPIs adequados. Os filtros dos respiradores não são do tipo HEPA, ou seja, os mais indicados para reter o SARS COV-2.

Uma das principais denúncias apuradas foi em relação a instabilidade de pressão da rede de gases do Hospital. Trabalhadores denunciaram que estava havendo aumento da pressão do gás, provocando pneumotórax (trauma pulmonar) em alguns pacientes que precisaram urgentemente serem transferidos para outros hospitais, a exemplo da paciente enfermeira (acometida com a Covid-19 enquanto trabalhava) que foi transferida para um leito de UTI do Hospital Universitário (HU) onde veio a falecer no dia 26 de junho. Também no dia 23 de junho, o Seese recebeu denúncia de que a rede de gases teria parado por três horas e que a situação culminou com óbitos de pacientes.

Durante entrevista concedida para o SE TV 1ª edição da TV Sergipe, a secretária de saúde de Aracaju, Waneska Barboza, negou a informação do problema na rede de gases e ressaltou que o relatório técnico da empresa prestadora do serviço mostrou que o funcionamento está conforme as normas estabelecidas. No entanto, a mesma admitiu que a rede era semi-automática e que o hospital estava passando por correções na rede. As diretoras do Seese, durante a fiscalização, também constataram que em muitos leitos não havia as 3 (três) saídas de gases, mesmo com pacientes em uso de oxigênio complementar, e que, vários leitos ainda dependiam de torpedos de oxigênio.

Outra denúncia recebida pela diretoria do Seese foi em relação ao subdimensionamento dos profissionais enfermeiros. Dos 80 enfermeiros credenciados, apenas 27 foram convocados e alguns deles não assumiram o cargo por conta da incompatibilidade com o horário de outros trabalhos, considerando que a SMS só estava convocando os enfermeiros para o turno da manhã. O Seese constatou que o contrato de trabalho é por regime de hora trabalhada, ou seja, uma forma de mascarar o RPA (Recibo de Pagamento Autônomo), e isso é proibido por lei. O adicional de insalubridade também não está sendo pago. O Seese irá notificar a Prefeitura de Aracaju para apresentar as carteiras de trabalho, contratos e contracheques dos enfermeiros para analisar essa situação.

Segundo Waneska Barboza, a contratação dos profissionais de saúde está sendo realizada de acordo com Processo Seletivo e editais de Chamamento Público.

Confira a entrevista exibida no SE TV 1ª edição da TV Sergipe e o vídeo do vereador Américo de Deus relatando sua indignação sobre o impedimento de exercer uma de suas funções.

FONTE: Ascom Seese

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