Após ter recebido denúncias, o Seese realizou, na última sexta-feira, dia 04, uma reunião virtual com os enfermeiros do Hospital da Zona Sul de Aracaju, Desembargador Fernando Franco, localizado no Conjunto Augusto Franco.
Os enfermeiros relataram diversos problemas, a exemplo da hierarquização de dispensa de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Como se não bastasse a falta desses equipamentos para o enfrentamento da pandemia, o município passa por uma evolução acelerada do número de infectados e mortos, vítimas da covid-19.
Há denúncias de que algumas categorias, independente do setor que trabalha, recebem máscaras N-95, enquanto os profissionais enfermeiros que estão na linha de frente da covid-19, prestando assistência à população, precisam implorar para receber os EPI’s adequados.Os técnicos e auxiliares de enfermagem, são os que mais sofrem com a falta de EPI. Muito deles não recebem os equipamentos de proteção individual mesmo realizando assistência a casos suspeitos ou confirmados para covid-19.
Para a presidenta do Seese, essa situação é desrespeitosa e inaceitável. “Esse tipo de hierarquização no HZS não é aceitável em hipótese alguma. Nós enquanto entidade representativa dos Enfermeiros iremos dialogar com o Ministério Público no intuito de que medidas resolutivas sejam tomadas o mais rápido possível”, disse Shirley Morales.
Outro ponto relatado pelos trabalhadores foi em relação a ausência de treinamento para o enfrentamento da pandemia, bem como, para a realização da coleta Swab por PCR (que constata o diagnóstico do vírus). Também houve denúncia de que o setor de Pediatria não realiza a separação entre as crianças suspeitas da covid-19 com as demais que enfrentam outros tipos de patologias.
Os enfermeiros também relataram que a desinfecção dos veículos que transportam os pacientes para outras unidades de saúde não está sendo realizada com êxito e isso só aumenta o risco de proliferação do vírus. Além disso, esse transporte realizado pelas VTR serve tanto para pacientes com suspeita de coronavírus, como para para outras patologias. Há relatos de que mesmo com complicações respiratórias, os pacientes são transportados nessas viaturas, o que não poderia acontecer porque esse tipo de transporte não tem qualquer suporte para atender casos desse tipo.
Uma das preocupações do Sindicato é com relação a falta de testagens para os profissionais da saúde. Atualmente, só os que apresentam sintomas da covid-19 são testados. A diretoria do Seese chama atenção para o fato de que, mesmo sem sintomas, os profissionais de saúde podem estar infectados e provavelmente estarão transmitindo o vírus para outros colegas de trabalho e seus pacientes.
Após a reunião, a direção do Seese se comprometeu a elaborar uma notificação extrajudiciária à Prefeitura de Aracaju, com o objetivo de que essas problemáticas sejam corrigidas o quanto antes, e também, irá sugerir que o contêiner de atendimento de casos sintomáticos respiratórios seja retirado no anexo do HZS e colocado em anexo ao CEMAR do conjunto Augusto Franco, já que lá é a área de enfrentamento a covid-19. “Essa sugestão de transferência do contêiner pode evitar a infecção cruzada entre os profissionais da saúde que acabam transitando em áreas suspeitas”, disse Shirley Morales, que finalizou informando que irá cobrar mais uma vez o protocolo de fluxos do hospital e que encaminhará aos Ministérios Públicos as denúncias sobre a situação do HZS Fernando Franco.
FONTE: Ascom Seese