Seese realiza videoconferência com os enfermeiros do HUSE

Foi realizada na tarde desta segunda-feira (15/06), uma videoconferência entre a diretoria do Seese e os enfermeiros lotados no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). Entre os relatos proferidos pelos servidores, o principal deles foi em relação a ausência de um protocolo de fluxo de serviço. Na ocasião, os servidores relataram que no internamento tanto da Pediatria como no adulto, os pacientes, suspeitos e não suspeitos para coronavírus, ficam no mesmo setor.

Os enfermeiros da Pediatria expuseram as dificuldades que estão enfrentando para requerer novos EPI’s quando a farmácia encerra sua atividade por volta de 19h. Após esse horário, eles precisam se deslocar até o setor da farmácia adulta para fazer a solicitação. A Secretaria Clínica que é responsável pela parte administrativa não está presente em todos os setores do hospital. Nessa ausência, é o profissional enfermeiro do setor quem acaba solicitando exames, materiais, entre outros. O objetivo da criação dessa secretaria é justamente para que os demais profissionais que estão na assistência aos pacientes não precisem se deslocar de um ambiente para o outro e corram o risco iminente de contaminação da Covid-19.

Outro ponto demandado foi em relação a ausência de um médico fixo nas alas, desta forma, profissionais enfermeiros precisam sair em busca dos médicos e isso não faz parte das atribuições da enfermagem.

No setor de trauma, os pacientes com a Covid-19 ficam misturados com os que não estão infectados pelo vírus. E os profissionais que prestam assistência nesse setor não recebem os EPI’s adequados para o enfrentamento. De acordo com a diretoria do Seese, a distribuição dos EPI’s deve ser realizada para TODOS funcionários de unidades hospitalares que tenham casos suspeitos ou que tenham procedimentos geradores de aerossóis e gotículas, e, não apenas para os que atuam nos setores críticos.

Como se não bastasse a burocracia para liberação destes equipamentos, os trabalhadores relataram a ausência da visita da CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar nos setores, principalmente os mais críticos. Outra reclamação foi em relação aos pacientes transferidos de outras unidades hospitalares que não chegam com o Documento Único de Solicitação de Vagas (DUSV) o que dificulta e muito o trabalho dos profissionais.

Durante a videoconferência, os trabalhadores comunicaram aos diretores do Sindicato que em vários setores há falta de estetoscópio, termômetros, oxímetro, monitores multiparâmetros e os enfermeiros não recebem o kit de isolamento mesmo quando tem casos suspeitos para Covid-19 no setor. Muitos deles compram os equipamentos (tensiômetro, estetoscópio, etc) para usar no trabalho. Segundo a presidenta do Seese, Shirley Morales, há relatos de que alguns pacientes estão sofrendo parada cardíaca por falta de monitores multiparâmetro nesses setores. Na Unidade Pós-cirúrgica (UPC), recém remanejada para atender pacientes Covid-19, há relatos de que pacientes suspeitos e confirmados ficam no mesmo setor sem a distância mínima entre um leito e outro. A unidade possui 30 leitos e apenas 4 monitores multiparâmetro. No momento, esse setor já encontra com todas as vagas preenchidas.

O afastamento laboral também foi um ponto exposto na reunião. Eles alegam que não há um parâmetro para período de afastamento nos atestados. Outro assunto que tem deixado os profissionais bastante preocupados é em relação a realização dos testes rápidos da marca chinesa wondfo. Estudos da Fiocruz detectaram uma sensibilidade abaixo do normal em relação ao resultado desse teste. Já o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA lançou uma recomendação informando que os testes rápidos da Covid-19 não podem servir de padrão para encerramento dos afastamentos dos profissionais, pois possui um nível de confiabilidade muito baixo.

Ciente das denúncias, a diretoria do Seese irá entrar em contato com a gestão do HUSE para que esses problemas sejam resolvidos o quanto antes.

FONTE: Ascom Seese