
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese), Shirley Morales, participou, na manhã de ontem (26), da Tribuna Livre na Câmara Municipal de Aracaju, para discutir a situação da saúde do nosso município. Na ocasião, a presidente apresentou denúncias sobre a terceirização no serviço público na área da saúde em Aracaju.
Shirley, fez um apanhado dos principais problemas quanto à saúde do município e disse que a questão da terceirização não começou de repente. A prática iniciou na gestão passada, tendo continuidade na atual gestão. Em 2015, após receber denúncias do Seese, o Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com ação civil públicade no sentido de que houvesse realização do Concurso Público pela Prefeitura. A ação judicial logrou êxito , porém a gestão do prefeito Edvaldo Nogueira recursou, caindo assim na mesma política contrária à concurso público de gestores anteriores.
A presidente do Seese, disse que o caos da saúde do município agravou-se quando aconteceu a primeira Terceirização, que se deu no CAPS Davi Capistrano. Relembrou que mesmo havendo protestos dos profissionais e dos próprios familiares dos usuários, contra essa terceirização, a medida foi implementada de forma unilateral, e a partir daí houve uma precarização dos serviços. Na administração atual mais CAPS foram terceirizados.
Já na questão do Nestor Piva, o estopim se deu com a divulgação em cadeia nacional da insuficiência de médicos no Hospital. A presidente do Seese frisou que a categoria médica não iniciou o problema, uma vez que eles eram RPA e tiveram um corte de 30% a 40% em seus salários, o que não foi aceito pela categoria.
O Seese ressaltou que a prioridade do sindicato sempre foi a negociação, para se chegar a uma solução. “Conversamos no dia 5 de janeiro com o secretário adjunto, Carlos Noronha, para tentar resolver a situação, mas logo após essa conversa a secretária da Saúde, Waneska Barbosa, anunciou a terceirização, que já teve sua dispensa de licitação assinada no dia 7 de janeiro. Destacou ainda que o prefeito Edvaldo Nogueira não anunciou como terceirização, mas sim que o hospital foi entregue à iniciativa privada. Shirley argumentou que para ser permitido a dispensa de licitação é necessário estado de calamidade e que deve ser restrita ao serviço que se encontra insuficiente. No caso do Nestor Piva, o problema estava localizado no quadro de médicos RPA e a prefeitura colocou todos os outros profissionais no pacote, esclareceu Shirley.
Durante sua narração, a presidente do Seese, Shirley Morales, relatou com detalhes a forma com que a prefeitura de Aracaju fechou o contrato e os problemas nesse processo.
Shirley, comentou que a terceirização não melhorou o atendimento oferecido à população, pelo contrário prejudicou o Hospital Fernando Franco, as Unidades de Saúde, além de superlotar o HUSE. “Não deixem de lado essa luta, esperamos uma atitude de cada parlamentar”, apelou Shirley Morales aos vereadores presentes.