Em audiência pública realizada na manhã de hoje na sede do Ministério Público Estadual (MPE), o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE) apresentou indícios de irregularidades operacionais e administrativas identificados em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que são diretamente administrados pela Secretaria de Estado da Saúde por meio da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS). Entre os aspectos negativos está a constante falta de segurança dos trabalhadores, irregularidades na alimentação e em salas de estabilização e isolamento.
No quesito segurança, foi destacado a ocorrência registrada essa semana no Hospital Regional de Lagarto, quando um ex-funcionário, possivelmente insatisfeito com a demissão adentrou na unidade, provocou pânico ao danificar o patrimônio público e ameaçou profissionais que atuam no local. Toda a cena de destruição foi acompanhada de perto por dois agentes de segurança contratados justamente para garantir a integridade estrutural e administrativa da unidade de saúde. Pelo promotor de justiça, Nilzir Soares Vieira Júnior, responsável por acompanhar o caso, foi dito que o contrato entre o Estado e a empresa de segurança pode ser cancelado.
“É preciso que fique claro o interesse dos enfermeiros em atuar sempre em conjunto com o Ministério Público Estadual para garantir as melhorias do servido de saúde. Todas as irregularidades encontradas nas unidades de saúde administradas pela Fundação Hospitalar de Saúde estão sendo informadas à diretoria geral da FHS e ao MPE. Nós notificamos o caso do ex-funcionário que depredou toda a parte da recepção da unidade. Infelizmente os vídeos mostram os funcionários da Sacel ao lado do rapaz e não fizeram nada”, disse Shirley Morales, presidente do SEESE.
Paralelo aos problemas gerados com a destruição parcial do patrimônio público, o Sindicato dos Enfermeiros chama a atenção da administração estadual e do próprio Ministério Público para a não permissão no acesso de sindicalistas às instalações das unidades do SUS. Segundo Shirley, as vistorias dos enfermeiros têm sido barradas por seguranças de empresas terceirizadas. “Infelizmente os colegas enfermeiros são barrados por estes seguranças quando tentam entrar nas clinicas e hospitais para estudar possíveis irregularidades. Por outro lado as imagens mostram um rapaz destruindo tudo e dois seguranças apenas olhando”, destacou.
Ciente das informações atribuídas ao promotor, diante da presença do Procurador da Fundação Hospitalar de Saúde, Carlos Diego de Freitas, o órgão estadual de fiscalização garantiu que um Processo Administrativo (PAD), já foi instaurado para analisar as imagens e discutir a necessidade de determinar a suspensão do contrato. Um prazo de 30 dias também foi dado para que haja resposta oficial da FHS quanto os problemas na alimentação e nas salas de estabilização e isolamento. Uma nova audiência pública deve ser agendada para a primeira quinzena de dezembro.