Uma audiência pública coordenada pela deputada Goretti Reis foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) com o propósito de analisar os aspectos negativos que podem ser causados a estudantes de enfermagem que optam pela modalidade Ensino À Distância (EAD). Conforme recriminado pelo Conselho Federal de Enfermagem, este tipo de metodologia não contribui para que o acadêmico conclua o curso de graduação com o nível ideal de conhecimento e prática para operacionalizar em unidades de saúde.
Presente no debate, a direção do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE), representada por Flávia Brasileiro e Marcelo Dangllys, também se uniu à causa do conselho federal e se mostra contra ao EAD para enfermeiros. Até o mês passado o debate em torno desta pauta não era realizado diante da ausência desta forma de ensino em Sergipe, porém, duas faculdades aqui instaladas já publicitaram os processos de matrícula. Para Flávia, é preciso que os parlamentares se atuem junto ao SEESE, e ajude a suspender essa atividade educacional.
“Não nos referimos a outros cursos, mas para enfermagem o ensino a distância não é positivo e esse é o mesmo pensamento em todos os estados. Nós que formamos o Sindicato dos Enfermeiros defendemos a não graduação desta forma porque o estudante necessita ter o contato diário com o professor. À distância fica difícil aprimorar os cuidados específicos que todos os profissionais em enfermagem necessitam para prestar ao paciente a melhor assistência possível”, declarou.
Ainda de acordo com a sindicalista, a categoria está unida para evitar a continuidade desta metodologia no Brasil. Ela explica alguns dos motivos: “É preciso analisar como o acadêmico vai agir de forma ética e correta quanto aos estímulos e sinais apresentados pelos pacientes. Na sala de aula, com o acompanhamento integral do professor é possível estudar os sintomas para cada ocorrência, mas à distância o resultado não é o esperado. Por essas e outras situações nós somos contra”, pontuou.
A deputada Goretti Reis ficou de elaborar um projeto de lei para ser apreciado pelos deputados sergipanos. A medida tem como objetivo evitar que este curso seja realizado em Sergipe. A parlamentar não descartou a possibilidade de encaminhar esse PL para as demais assembleias legislativas do Brasil. Durante a audiência participaram, além de outros deputados, membros do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Associação Brasileira de Enfermagem, e administradores universitários.