Foi realizada na tarde desta terça-feira (26/05), uma videoconferência entre a diretoria do Seese e os enfermeiros lotados no Hospital Regional de Propriá. Na ocasião, os servidores realizaram denúncias acerca do aumento vertiginoso de casos confirmados da covid-19 entre eles, bem como, das condições de trabalho.
Os trabalhadores expuseram as dificuldades que estão enfrentando, a exemplo da restrição da liberação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Alguns deles não recebem os equipamentos adequados e roupas privativas, enquanto profissionais de outras categorias que não atuam em setores críticos, recebem. Há relatos de que muitos profissionais que foram infectados pelo coronavírus não trabalhavam nos setores específicos para casos suspeitos ou confirmados para coronavírus. Isso só confirma a preocupação do Seese referente a distribuição dos EPI’s para TODOS funcionários da unidade hospitalar e não apenas para os que atuam nos setores críticos.
Outro ponto demandado foi em relação a dispensação inadequada e acomodação das máscaras N-95. Por não haver local de armazenamento desses equipamentos para todos os funcionários, a gestão recomendou que eles fossem levados para casa, o que contraria as notas técnicas da ANVISA e Ministério da Saúde (MS).
Durante a videoconferência, os trabalhadores comunicaram aos diretores do Sindicato sobre a dificuldade de acesso a testagem, principalmente para os assintomáticos, e que, não há o distanciamento mínimo entre as camas no ESTAR de descanso da enfermagem. Vale ressaltar que para ter o mínimo de conforto nesse ambiente, eles tiveram que custear pequenas reformas e comprar a mobília do local de descanso. A falta de transparência sobre a quantidade de profissionais acometidos pela Covid-19, e a ausência de um protocolo de fluxo de serviço também foi mencionado durante a reunião.
Os profissionais que residem em Alagoas solicitaram um posicionamento do Governo de Sergipe na liberação de um auxílio transporte, uma vez que há um decreto estadual de Alagoas fechando as fronteiras para o transporte público. Esses trabalhadores estão compartilhando carona com outros colegas, e consequentemente, haverá uma maior contaminação entre eles.
Segundo relatos, faltam médicos obstetras na maternidade anexo ao HRP, as parturientes buscam atendimento mas os clínicos do hospital se recusam a atendê-las. Ciente da situação, a gestão hospitalar não realiza o fechamento do plantão e ainda obriga os profissionais da enfermagem a prestar assistência, inclusive com internamento, mesmo sem a presença de um obstetra. Essa situação, segundo Shirley Morales, deixa os enfermeiros numa posição delicada. “Eles temem que ocorra alguma complicação com a parturiente e o bebê. Dessa forma, nós orientamos que eles façam uma comunicação formal aos seus superiores e realizem um Boletim de Ocorrência”, disse a presidenta do Seese acrescentando que irá solicitar que a gestão providencie urgentemente uma solução para este problema, pois os enfermeiros não podem ser responsabilizados pela falta de obstetra.
FONTE: Ascom Seese