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Enfermeiros cumprem promessa e protestam na SMS

O Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), tem registrado nas últimas 48 horas um crescimento superior a 30% no número de atendimentos considerados de baixa complexidade. O fato preocupante ocorre diante das consequentes paralisações deflagradas por diversas categorias que atuam para a Prefeitura de Aracaju, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Só esta semana, profissionais da medicina, enfermagem, nutrição e dentistas cruzaram os braços por não terem recebido o pagamento salarial referente ao mês de dezembro. Esse direito foi quitado apenas na madrugada de ontem, dia 21. Já o pagamento referente à janeiro, a probabilidade é que apenas seja quitado após o quinto dia útil de fevereiro.

Com a classe trabalhadora de braços cruzados, os postos de saúde, as Unidades de Pronto Atendimento, e os dois polos: Fernando Franco e Nestor Piva, acabam reduzindo o índice de consultas para 30% da capacidade diária, e contribuem para que os pacientes decidam, sem outra alternativa viável para a ocasião, por migrar para as unidades estaduais de saúde. A situação que já está delicada pode piorar já na próxima semana. Esta possibilidade existe em decorrência do próprio prefeito João Alves Filho ter dito em reunião realizada essa semana que o salário de janeiro não será pago até o último dia útil, ou seja, próxima sexta-feira, 29. Caso a declaração do chefe do executivo municipal seja concretizada, no dia 01 de fevereiro as categorias entram em greve unificada em por tempo indeterminado.

Trajando preto, durante o dia de ontem profissionais ligados ao Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE), estiveram reunidos na entrada principal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com a proposta de pressionar o secretário Luciano Paz para que o gestor quite todas as pendências que se arrastam desde o ano passado. Entre estes direitos não respeitados está o não repasse de horas extras realizadas para o programa ‘Horário Estendido’; e os terços de férias que permanecem em débito.

A falta de compromisso com enfermeiros, auxiliares e técnicos em enfermagem tem contribuído para que a população deixe de ser assistida durante o horário estendido. A suspensão das atividades teve início na última terça-feira, 19, quando a categoria decidiu em assembleia não mais ‘fazer os gostos do prefeito’. Esta medida, segundo a presidente do SEESE, Shirley Morales, demonstra o quanto os servidores estão insatisfeitos com as sucessivas perdas registradas ao longo dos últimos três anos. Ciente dos impasses que a paralisação destes serviços podem ocasionar junto aos usuários do SUS, a sindicalista enalteceu a necessidade de a população apoiar o movimento.

“A prefeitura criou esse programa para atender melhor a população, mas esqueceu de pagar as duas horas extras feitas todos os dias por profissionais de várias áreas, inclusive da enfermagem. Não paga salário, não paga hora extra, não paga terço de férias, não paga décimo terceiro salário, ou seja, João Alves e Luciano Paz parece que querem que a gente trabalhe para eles de graça. A saúde pública de Aracaju está na UTI e os aracajuanos precisam se unir a nossa causa para lutarmos juntos por melhorias”, afirmou. Sobre o indicativo de greve, Morales concluiu dizendo: “não pagou dentro do mês, é greve! Não podemos mais aceitar que o trabalhador sofra pela desordem gerada por esta gestão. Acabou a paciência”.

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