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Enfermeiros sofrem com displicência administrativa no município de Lagarto

Profissionais da área de saúde que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), no município de Lagarto, estão sofrendo com a falta de pagamento salarial. Há três meses o impasse financeiro tem colaborado para que dezenas de enfermeiros, cirurgiões dentistas e agentes de combate a endemias se deparem com o acúmulo de dívidas e consequente multiplicação de juros. Em setembro o salário foi pago além do prazo constitucional. Já no mês de outubro o pagamento foi realizado de forma parcelada. Novembro e dezembro os salários ainda não foram quitados e a classe trabalhadora já desconfia do não pagamento, também, do décimo terceiro salário.

Visivelmente insatisfeitos com a situação, durante assembleia geral realizada essa semana na sede do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe (SEESE), em Aracaju, a categoria decidiu promover na próxima segunda-feira, 14, uma paralisação de 24h em todas as unidades de saúde administradas pela Prefeitura de Lagarto. Procurada pelos servidores, a administração municipal explicou apenas que o atraso ocorre devido ao não repasse de verbas do Governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde. Apesar das alegações da gestão, no portal da transparência indica que todos os recursos já foram devidamente repassados.

Diante dos fatos que revoltam os profissionais, Shirley Morales, presidente do SEESE sugeriu criar uma série de atos públicos no município a fim de pressionar o prefeito José Wilame Fragra (PSDB). “Independente de o Ministério da Saúde ter, ou não repassado o dinheiro, o servidor não enfrentou um concurso para receber o salário apenas quando o Governo Federal repassasse essa contribuição mensal. O prefeito mente, já que o portal da transparência indica que esse dinheiro já chegou a Lagarto faz tempo. Em assembleia decidimos paralisar as atividades porque a situação já está insustentável”, destacou.

A partir das 9h os enfermeiros se reúnem na porta da prefeitura onde receberão o apoio de outras categorias que devem chegar em marcha. Já às 11h os trabalhadores irão promover uma assembleia geral e unificada com o propósito de analisar possíveis contrapropostas que possam ser apresentadas pela administração municipal. Caso os servidores não avaliem avanços, uma greve geral e por tempo indeterminado poderá ser deflagrada. Sobre este assunto, Morales destaca a existência de outros impasses administrativos que contribuíram para inflamar a relação entre prefeitura e trabalhadores.

“A falta de respeito com os servidores é absurda. infelizmente enquanto os concursados sofrem para receber, grupos de trabalhadores contratados para atuar na saúde da família já receberam os salários. É inadmissível a continuação deste desgoverno que tem deixado dezenas de famílias em situação difícil. O SEESE apoia o movimento e estaremos lá na cidade participando das manifestações”, pontuou a presidente. Respeitando a Constituição Federal, um documento informando o movimento sindical já foi protocolado na sede da Prefeitura de Lagarto. Durante a paralisação de 24h, apenas 30% da categoria permanecerá em atuação.

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