Surpresos e indignados com a terceirização do Hospital Dr. Nestor Piva, o Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe(Seese) e demais representantes sindicais na área de saúde estiveram na manhã de ontem (10), em frente ao Hospital Zona Norte, em um ato de protesto e repúdio contra a prefeitura municipal de Aracaju pela entrega da administração da UPA à iniciativa privada. A Prefeitura anunciou o remanejamento dos servidores para outras unidades de saúde da capital, o que causou pânico em todos os profissionais da área de saúde.
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese), Shirley Morales, afirma que os servidores e os sindicatos não foram sequer consultados. ” Nós estamos aqui para mostrar que não aceitamos a imposição da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), quando ela diz que a solução para o caos instalado na rede de urgência na capital, é fazer a privatização, isso é um golpe ao trabalhador. E esse golpe não foi dado só pelo prefeito, mas também pelo governador Belivaldo Chagas que apoiou a privatização da UPA. O prefeito e o Governador, juntos, deram a notícia que iriam entregar o Hospital Dr.Nestor Piva a iniciativa privada. Isso para a gente é um golpe de morte para o SUS. Não é possível delegar a administração pública a outro ente.” afirmou Shirley.
Durante o ato de repúdio dos servidores da Saúde, estiveram presentes: enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos, auxiliares e técnicos de enfermagem, nutricionistas e técnicos de nutrição, cirurgiões-dentistas, técnicos de laboratórios e agentes comunitários de saúde e combate à endemias, além da participação da Central dos Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil (CTB), Forúm Sergipano em Defesa do SUS na luta contra a Privatização e o Sindicato Estadual dos Taxistas. O ato também contou com o apoio do vereador Seu Marcos que preside a comissão de saúde da Câmara, bem como do deputado estadual Iran Barbosa.
De acordo com Adêniton Santana, presidente da Central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil em Sergipe (CTB-SE), o que é observado pela central é que os gestores estão com essa prática de sucatear as instituições para pagar respaldo junto à população, tentando mostrar para o povo que o sistema não funciona. É como se os gestores dissessem para a população, que os trabalhadores são inúteis ou preguiçosos, mas isso não é verdade. A verdade é que o trabalhador exerce sua profissão em condições ruins e dão o sangue para exercer com esmero suas funções. O que estão fazendo com os servidores não é correto. Para o presidente da CTB, o que precisa é que o prefeito converse com os trabalhadores, essa é a verdadeira saída, ” frisou Adêniton.
Após o ato os representantes sindicais , se encaminharam ao Ministério Público Estadual, para buscar uma solução da promotoria, porém ao conversarem com a promotoria de saúde, os representantes da saúde sairam insatisfeitos com o Ministério Público Estadual por se anteciparem à análise da situação e já negarem o pedido coletivos dos sindicatos para agendamento de audiência pública. Espaço esse que os representantes dos sindicatos consideram importante para o debate democrático.