Vivemos a maior pandemia dos últimos cem anos na história do Brasil. Ultrapassamos a perda trágica de mais de 250 mil vidas, vidas que poderiam ter sido salvas se medidas mais rigorosas e atenção a protocolos e orientações das autoridades sanitárias tivessem sido seguidos e incentivados por uma política nacional orientada pelo governo federal. Hoje, vivemos o drama da incerteza sobre a aplicação em massa de vacinas, que mesmo já sendo uma realidade, ainda está longe de chegar amplamente aos brasileiros. Nem nós, trabalhadores da linha de frente, estamos com garantias plenas da imunização. Novamente, erros sucessivos esbarram na possibilidade de superarmos esse momento difícil de nossa história.
Apesar de todo o cenário adverso, milhares de empregados e empregadas da Ebserh, desde o início dessa jornada desafiadora, não deixaram de se dedicar ao máximo e com afinco para salvar vidas. Conseguimos, mesmo com enormes dificuldades, até mesmo estruturais pela falta de equipamentos de segurança adequados, com medo de expor nossos familiares, saímos de casa e fomos ao trabalho. Assistimos de perto o sofrimento de milhões de brasileiros que perderam entes queridos, mas também pudemos acompanhar a superação de outros tantos pacientes recuperados. Recebemos, sim, o reconhecimento da população. Aplausos em forma de agradecimento aos nossos esforços. Somos gratos e isso nos ajuda na caminhada diária.
Mas sabemos que reconhecimento, infelizmente, não mantém nossa vida e de nossas famílias. Temos obrigações, como todo trabalhador. Vendemos nossa força de trabalho para assegurar uma vida digna, pagando contas e impostos em dia. Num cenário de crise econômica, aumento da inflação, principalmente dos alimentos, itens básicos para nossa sobrevivência, é essencial que haja um mínimo de comprometimento por parte de nosso empregador.
Não é esse o tratamento de respeito que estamos recebendo da Ebserh. Pela sétima vez, debatemos, mediados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019-2020 de nossa categoria. Lamentamos que em meio à pandemia de Covid-19 a empresa queira impor a retirada de direitos dos empregados da Ebserh.
Além de impor reajuste zero nas cláusulas econômicas, a administração da empresa quer mudar a aplicação da regra para o grau de insalubridade dos empregados, o que pode reduzir salários em até 27%. É uma situação inaceitável.
Por isso, no dia 1o de março vamos realizar um dia nacional de luta com atividades nas portas de Hospitais Universitários de todo o Brasil. Vamos buscar o apoio dos usuários de nossos serviços, queremos dialogar não só com a empresa, mas com toda a sociedade a importância de se assegurar a valorização da saúde e também dos profissionais da saúde. Saúde não é mercadoria e é um direito garantido em nossa Constituição.
É por entendermos que há um limite para tolerar o desrespeito que, unidos, estamos buscando justiça para assegurar que nenhum direito nos seja retirado. Não estamos exigindo nada além do mínimo. O mínimo nos tem sido negado e, por isso, lutamos. Lutamos não apenas pelo que consideramos direitos inegociáveis. Lutamos, sobretudo, por respeito.
No dia 1º de março, junte-se a nós nessa luta!
#NegociaJáEbserh
#NenhumDireitoAMenos
#ValorizaçãoDosTrabalhadoresDaEbserh